segunda-feira, 26 de abril de 2010

Siará


História do Ceará

A história do Ceará tem início com a criação da "Capitania do Siará", O atual nome Ceará vem da palavra tupi que significa canto da jandaia, uma espécie de pequeno papagaio grasnador que se encontra na listra de espécie em via de extinção. Segundo registro do governo colonial português a Coroa concede a capitania do Siará a Antonio Cardoso de Barros em 1535. Uma expedição comandada pelo açoriano Pêro Coelho de Souza fundou na região, a colônia denominada Nova Luzitânia em 1603. Juntamente com o grupo, chegou também um rapaz de 17 anos, Martim Soares Moreno, considerado o verdadeiro fundador do Ceará. Conhecedor da língua e dos costumes indígenas, mantinha amizade fraternal com os nativos, o que lhe valeu fundamental apoio para a derrocada dos franceses e holandeses que também pretendiam colonizar a região. Em 1619, depois de muitas lutas contra invasores estrangeiros, naufrágios e prisões, Soares Moreno obteve uma carta régia que lhe dava o título de Senhor da Capitania do Ceará, lá se fixando por muitos anos. Seu romance com a índia Iracema foi imortalizado pelo escritor brasileiro José de Alencar, em seu livro intitulado "Iracema".

No Ceará, a ocupação se deu a partir de duas rotas distintas: uma pela costa litorânea, saindo de Pernambuco em direção ao Maranhão e Pará, e a outra pelo interior, vinda da Bahia e de Pernambuco, compreendendo a área que vai do médio São Francisco até o rio Parnaíba, nos limites do Piauí e Maranhão. O Sertão cearense foi ocupado através da pecuária extensiva. Seu principal agente - o vaqueiro - correu caatinga a dentro para formar um pequeno rebanho e estabelecer-se.

O Ceará fez parte do Estado do Maranhão e Grão-Pará em 1621. Foi ainda invadido duas vezes, em 1637 e 1649, pelos holandeses que ocupavam a região onde hoje se encontra o Estado de Pernambuco, mantendo-se a ele subordinado até conquistar sua autonomia, em 1799. O desenvolvimento da pecuária em Pernambuco e na Bahia levou criadores a ocuparem o interior do Ceará. As vilas foram se formando junto às grandes fazendas ou nos pontos de descanso das tropas vindas do sul.

A historiografia clássica já demonstrou que a economia pastoril colonial do Ceará significou a presença dominante de homens livres entre os vaqueiros e seus auxiliares, na sua maior parte indígenas. Daí a presença predominante da cultura indígena na nossa formação.

Com a entrada do algodão no circuito exportador (entre 1780 e 1820), as mudanças na estrutura social do sertão se aceleram. No Ceará, algodão e gado não se colocavam como atividades excludentes. Pelo contrário. Eles passam a ser o binômio determinante no nosso sertão.

Em 1824, o Ceará participou da Confederação do Equador, juntamente com os Estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba. Os principais confederados se encontravam na região do Cariri Cearense. Ali viveu na cidade do Crato a heroína Bárbara Pereira de Alencar, sem dúvida, esta pernambucana de nascimento e cearense de coração é um dos maiores símbolos da mulher caririense. Guerreira, idealista, líder da revolução de 1817 no Cariri.

O Estado começou a se desenvolver na segunda metade do século XIX, com a chegada da navegação a vapor, das estradas de ferro, da iluminação a gás e do telefone. Foi a primeira província brasileira a libertar seus escravos por motivos que nos obrigam a desmistificar os relatos historiográficos de cunho positivista e liberal, de uma abolição “precoce” (1884), e também uma das primeiras províncias a aderir à República.

Na virada deste século, o espaço cearense estava já nitidamente circunscrito: sertão do gado e do algodão, Fortaleza litoral, entreposto comercial. Neste quase cem anos que se seguiram, o sentimento coletivo criou uma espécie de nação cearense, com civilização e cultura próprias, seus artistas e seus sábios, cujas obras no todo refletem a geografia física e social deste pedaço do Brasil.

Cícero

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